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Foto do escritorAuro Valizi

A estação ferroviária resiste ao tempo


Fachada principal da estação ferroviária, cujo prédio centenário ainda conserva a sua cobertura original (Foto: Auro Valizi)
Fachada principal da estação ferroviária, cujo prédio centenário ainda conserva a sua cobertura original (Foto: Auro Valizi)

Símbolo de uma época em que o progresso chegava pelos trilhos e desembarcava aqui, a antiga estação ferroviária de Ituverava-SP encontra-se abandonada, após 40 anos de sua desativação.


Inaugurada no século XX (1903) e desativada em 1977 — conforme dados do site Estações Ferroviárias do Brasil — é uma construção centenária que tornara-se a porta de entrada do progresso na cidade. E durante 7 décadas a ferrovia foi símbolo de modernidade, trazendo consigo desenvolvimento para o município e a região.

“A estação foi muito importante, não somente para Ituverava, mas para toda a região.”

Benedito Soares da Silva Neto, 70 anos, aposentado, diz que morou próximo à estação ferroviária por muitos anos, pois seus pais estabeleceram-se com um armazém nas proximidades dela. Benedito Soares lembra que “a estação era um ponto de encontro da nossa comunidade, um lugar de entretenimento, aonde os jovens vinham para ver o trem de passageiros chegar. E as novidades estavam sempre aqui na estação”.

Benedito Soares da Silva Neto, antigo morador do entorno da estação. (Foto: Auro Valizi)
Benedito Soares da Silva Neto, antigo morador do entorno da estação. (Foto: Auro Valizi)

Benedito Soares diz ainda que “a estação foi muito importante, não somente para Ituverava, mas para toda a região”, e que depois que foi desativada, não recebeu nenhuma atenção, ficando desprezada e esquecida. Atualmente, o local encontra-se em estado de completo abandono e depredação.

“(…) mas é um alerta para os que se preocupam com a nossa história.”

O fotógrafo Nelson Catroqui Filho, 66 anos — que nasceu na primeira rua da estação — em publicação feita em sua página no Facebook mostra a fotografia de uma placa de sinalização localizada no cruzamento da via férrea, com a inscrição “PARE – OLHE – ESCUTE”. Em referência ao que está escrito na placa, Catroqui observa que “o aviso não serve apenas para os transeuntes, mas é um alerta para os que se preocupam com a nossa história”.

Outra curiosidade histórica é que as telhas utilizadas na cobertura do prédio da estação são francesas, não somente em referência ao modelo, mas também à origem, pois foram fabricadas pela firma Arnaud Ethiene et Cie. em Marselha, na França. Inclusive, na página do Facebook do Catroqui você encontra a fotografia de uma das telhas, que foi recuperada de um monte de entulho, quando a cobertura da plataforma de embarque da estação foi retirada em 2004.

Lado oeste da estação, onde ficava a plataforma de embarque, cuja cobertura (telhado) foi retirada.
Lado oeste da estação, onde ficava a plataforma de embarque, cuja cobertura (telhado) foi retirada.

Se fosse reformado, o prédio da estação poderia ser utilizado para outra finalidade — o que não faltam são ideias. E assim, quem sabe a antiga estação ferroviária voltasse a ser um local útil, quiçá um ponto turístico, proporcionando desenvolvimento ao bairro e à cidade, assim como foi outrora.

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