Começo na Rádio Cultura
Nelson Cordaro (1927) e Zé Valizi (1932) recordaram algumas histórias do passado, em bate-papo gravado em 2016.
O Salvador Cordaro Cruz mantinha um serviço de alto-falante instalado na caixa d’água da praça Dez de Março, e o Nelson Cordaro, que era seu primo, de vez em quando falava lá. Então, o gerente da Rádio Cultura gostou de ouvi-lo e o chamou para apresentar o programa “Brasil Sertanejo” na emissora.
Segundo Cordaro, na emissora apareciam aquelas transmissões em que tinha de falar de improviso, e o pessoal da rádio só falava o que estava escrito. Assim, sobrava tudo para ele. “Aí comecei a transmitir festa de aniversário, jantar festivo, comício, missa”, recorda-se.
Narrador dos jogos da AAI
O Miguel Liporaci era comentarista de futebol, e não tinha narrador. Cordaro foi obrigado a treinar e transmitir junto com o Liporaci. Depois, montou-se o time profissional da AAI – Associação Atlética Ituveravense e “ficamos eu e o Shimizu, que era o meu comentarista”, disse Cordaro, acrescentando ainda que o José Maurício Amêndola foi comentarista também. E nos jogos da AAI fora de casa, Cordaro ia em todos.
"O carro deu não sei quantas cambotas..."
“Um dia sofremos um desastre violento”, disse Cordaro. Ele, o José Nelson e o José Maurício foram transmitir um jogo em Limeira-SP. Na volta, “o carro deu não sei quantas cambotas... O carro, que era novinho, foi vendido para a sucata”, recorda-se.
A AAI foi campeã da segunda divisão do Campeonato Paulista de Futebol. Se não fosse a questão do estádio dela não ter a devida capacidade, teria passado a disputar a primeira divisão. Após construída, a arquibancada do estádio da AAI foi inaugurada num jogo com o Corinthians.
Banda de música e trabalho na farmácia
Cordaro também integrou a banda de música. Como ainda não existia o coreto, a banda tocava embaixo da caixa d’água da Praça Dez de Março. Depois, Cordaro montou o seu próprio conjunto e “tocamos uns dez ou doze carnavais na Associação [AAI]”, recorda-se.
Cordaro trabalhou uns 65 anos na farmácia Santo Antônio, onde ingressou ainda moleque. “Quando começamos na farmácia, aqui em Ituverava não tinha Santa Casa, hospital, posto de saúde, não tinha nada. Tinha 4 ou 5 médicos, só. O serviço era todo [feito] na farmácia”.
Fonte: periódico Miscelânea, edição 3, março/2019.
Assista ao vídeo do bate-papo
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Zé Valizi revisita todos os locais que já foram sedes da Rádio Cultura de Ituverava. Participação de Nelson Cordaro e Jonas Valize.