Quando criança, fui ao bar da esquina comprar um refrigerante. Chegando lá, eu disse ao dono do estabelecimento:
— Moço, eu quero uma garrafa de refrigerante.
— Cadê o casco? — perguntou-me o dono do bar.
Sem compreender a pergunta, tornei a dizer:
— Eu quero comprar um refrigerante.
— Então você precisa trazer o casco — respondeu-me.
Fiquei parado, olhando para o dono do bar, sem compreender. Casco? O que era casco? — pensei. Nunca eu tinha ouvido aquela palavra. O dono do bar tornou a me dizer:
— Para você comprar o refrigerante, tem que trazer o casco.
Bem, no meu limitado vocabulário de criança, a palavra que eu conhecia mais parecida com “casco” era “Cássio”. Isso porque um outro moleque, meu vizinho, chamava-se Cássio. Então saí do bar e fui direto até a casa dele. Bati palmas e ele atendeu à porta.
— Cássio, o moço do bar lá da esquina está te chamando — eu disse a ele.
— Chamando pra quê? – perguntou.
— Não sei. Mas ele disse que para eu comprar o refrigerante, tenho que te levar lá.
Assim, sem entender direito o que estava acontecendo, lá foi o Cássio comigo. Chegando ao bar, eu disse ao dono:
— Pronto. Eu fui buscar o Cássio. Agora o senhor me vende o refrigerante?
Foi então que o dono do bar percebeu que eu não fazia a mínima ideia do que significava casco. E sorrindo, me disse:
— Para comprar o refrigerante, você tem que trazer o vasilhame, a garrafa vazia; isso é que é o casco. Entendeu?
— Ah!, moço. Então casco é garrafa vazia? Vou buscar uma lá em casa.
E foi assim que aprendi o que era casco...
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